Obá Naní é uma Obiní (mulher) de grande importância na religião Iorubá. Ela é a esposa legítima de Changó, uma filha nobre de Odduá e Yembó (Yemanjá), e o seu significado abrange tudo o que existe neste mundo.
I. A Grandeza de Obá e o Conhecimento da Guerra
- 
Mestra dos Orichás Guerreiros: Obá é a detentora original do conhecimento bélico. Ela ensinou a arte da guerra a todos os Orichás, incluindo: - 
Ensinou a Changó a manusear o machado. 
- 
Ensinou a Oyá a usar a espada. 
- 
Ensinou a Oggún a trabalhar com a bigorna e as suas ferramentas. 
 
- 
- 
O Poder da Chave: Ela possui a chave que abre e fecha as portas de tudo o que está relacionado com os humanos e leva as ferramentas essenciais à vida na Terra. 
- 
Proteção Financeira: É dito que, para que uma casa tenha sempre dinheiro, deve-se ter o Iguaro (colar/objeto ritual) de Obá Naní. 
II. A Traição e a Inimizade Eterna
Obá era Omoregun (amiga inseparável) de Oyá Iansã, mas o amor por Changó levou à traição:
- 
O Conselho Fatal: Oyá, por ciúmes ou malícia, aconselhou Obá a cortar a própria orelha e a servi-la com a comida de Changó, garantindo que ele nunca a abandonasse. 
- 
A Rutura: Obá, na sua inocência, seguiu o conselho. Oyá então contou a Changó o que Obá havia feito. Ao descobrir o ato, Changó separou-se de Obá. 
- 
Isolamento: A traição e a inimizade criaram um extremo desentendimento entre Obá e Oyá, impedindo-as de viverem juntas no mesmo espaço. 
III. O Exílio e a Comunicação com Ochún
A dor da traição levou Obá a pedir isolamento a Olofi:
- 
O Pedido a Olofi: No oddun 8-5 (Ochún), Obá queixou-se a Olofi da traição de Oyá e pediu para ser enviada a um lugar onde ninguém a pudesse magoar e onde ela não tivesse de falar com ninguém. 
- 
Exílio para Ilé Ocu: Olofi a enviou para Ilé Ocu (Casa dos Mortos), e Obá passou a viver no cemitério, associando-se com tudo o que é espiritual. 
- 
Comunicação: Por ter jurado não falar com ninguém na Terra, Obá nunca fala na esteira (durante as consultas). Ela comunica-se exclusivamente através da palavra de Ochún (Oxum), pois o seu coração (Ocanini) é de Ochún, e ela é a única Orichá em quem Obá confia. 
 
				 
		
