Okanbi, Olorichá (sacerdote da Regra de Osha), levanto sérias preocupações sobre a desinformação e as práticas antiéticas em algumas casas de culto Iorubá (Santeria/Candomblé/Umbanda em Portugal), focando na obrigação do Padrinho e nos direitos do Afilhado.
I. A Falha na Orientação e Ensino
Lamento a constatação de que muitos iniciados desconhecem fundamentos básicos da Sua fé, como os oddus (caminhos) ou o paradeiro dos Seus Orichás.
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Obrigação do Padrinho: Um Pai de Santo (Olorichá) tem a obrigação vitalícia de ensinar e orientar o Seu afilhado, provendo-lhe todas as ferramentas necessárias para o Seu crescimento espiritual. 
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Desinformação e Retenção: A falha surge na completa desinformação sobre rituais e fundamentos, na criação de uma dependência e no "prender" o afilhado ao terreiro, retendo os Seus Orichás consagrados. 
II. A Propriedade dos Orichás e o Fim da Dependência
Um dos pontos centrais da crítica é a retenção dos objetos sagrados (os santos/taças) pelos Padrinhos:
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Propriedade Inalienável: Uma vez que os Orichás são iniciados e consagrados na pessoa do Afilhado, os Seus objetos sagrados (taças dos santos) são propriedade do afilhado e nunca do Pai de Santo ou do terreiro. 
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Manipulação e Medo: A retenção dos santos é frequentemente justificada através de: - 
Jogadas de Búzios Forjadas: Alegações de que "o santo não quer sair" ou que o afilhado está "em dívida". 
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Alegação de Imaturidade: Questionar a maturidade do afilhado após a iniciação levanta uma contradição ética: "Se o santo foi coroado, agora é-lhe dito que é imaturo? Então, por que foi coroado o santo nessa pessoa?" 
 
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III. A Chantagem Espiritual e o Castigo
A pior forma de abuso é a utilização da espiritualidade para fins de controlo e coerção:
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Ameaça de Castigo: Muitos Padrinhos afirmam que, ao retirar o santo do terreiro, o Orichá irá castigar a pessoa e causar-lhe falta de sorte ou "barbaridades". 
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A Verdade do Orichá: Defendo que o Orichá não castiga por ignorância, mas sim por maldade e manipulação dos outros ou da religião. 
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Apelo Ético: Expresso a vergonha e tristeza por estes atos, classificando os Padrinhos que agem assim como a "parte errada da religião Iorubá". 
Conclui-o com um apelo para que mais pessoas se informem e denunciem estas práticas, promovendo o ambiente de humildade, conforto e amor deixado pelas divindades.
 
				 
		
