O sacrifício de animais é um pilar da religião Iorubá, simbolizando o fluxo de energia (aché) e a renovação da vida. O povo Iorubá acredita que, através do sacrifício, a humanidade evita a fúria do Criador (Olofin) pelas suas faltas.
I. A Origem e a Proibição do Sacrifício Humano
A prática do sacrifício de animais tem origem num pataki (história sagrada) que pôs fim ao costume anterior de sacrifícios humanos:
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Orúnmìlà e o Antílope: Orúnmìlà (Orunla) e um antílope caíram num buraco. Uma jovem os resgatou.
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O Favor e a Filha: Grato, Orúnmìlà concedeu à mulher o favor de conceber uma filha Sua.
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A Revelação: Tempos depois, a menina seria sacrificada. No momento da cerimónia, ela declarou que o Seu pai, que foi salvo de um buraco por Sua mãe, não permitiria o sacrifício.
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A Proibição: Ao tomar conhecimento de que a vítima era a Sua própria filha, Orúnmìlà proibiu imediatamente os sacrifícios humanos, ordenando que apenas animais fossem sacrificados como substituição.
II. Propósito Espiritual: "Não Há Luz Sem Sangue"
O ditado "Não há luz sem sangue" resume a filosofia do sacrifício. O sangue (Eyebale) é essencialmente o veículo da energia vital e da renovação:
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Renascimento e Vida Nova: O sacrifício é necessário quando uma pessoa começa nesta religião, pois o iniciado "nasce para uma nova vida". O sangue animal é simbólico, representando o nascimento e o renascimento do indivíduo numa vida mais elevada.
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Agradar à Divindade: O sacrifício visa agradar uma divindade sobrenatural para obter um favor, bênção ou benefício.
III. Funções do Sacrifício Animal
O sacrifício tem diversas funções concretas, na prática, ritual da Santeria:
