Changó
Changó é Onu, ou seja, rei absoluto porque na sua primeira etapa na terra foi Ozabelli, o mesmo Oddua em pessoa. Esse é o motivo quando é mencionado a palavra, Chango em qualquer cerimónia de Santeria, há que levantar-se um pouco do assento, e essa regra é para todo o mundo, independentemente dos anos de santo ou Babalao.
Changó foi adivinho antes que Orunla, já que Obatalá jurou que todo o filho varão que tivesse seria morto, devido a que Oggun fez com a sua mãe Yembo. Primeiro nasceu Orunla e depois Changó, e quando nasceu Orunla, Obatalá o mandou enterrar ao pé de uma árvore de seiva e ali estava para morrer de fome. Foi por mediação de Changó e de Elegwuá que Orunla se salvou da morte, pois Changó intercedeu diante de Obatalá e Elegwuá levava a comida. Changó deu o seu tabuleiro a Obatalá para ele consultar-se e procurar soluções para a sua vida, e foi de onde Changó nasceu Ozún, que é pintado na cabeça das pessoas que fazem santo e é um atributo de Changó. Isso aconteceu a pedido de Changó a Obatalá, para evitar a morte e problemas que observam no futuro as pessoas. No entanto, a palavra significa problemas, por isso traz um Oche, ou seja, um machado de dupla lâmina na sua cabeça, que quer dizer que nasceu em guerra na sua Ori, cabeça ou destino.
Ele é o guerreiro mais bravo desta religião, é alegre e brincalhão, se diz que por um tambor vende a sua mãe, mas não deve interpretar mal. Changó tem um conceito de vida e de alegria, que não quer nada de sofrimento e perdas, e este é o motivo que se diz que ele tem medo dos mortos. Realmente isso não é correto, a razão que não gosta de situações com os mortos, é a sua forma de estar alegre e de boa disposição, que contraste com o sofrimento de lágrimas dos mortos. É o rei do tambor e ele pertence o “Bata”, foi Olou, feiticeiro e adivinho, conhece a vida desde o começo da humanidade, pois caminhou na terra como Ozabelli.
Changó é a divindade do fogo e manifesta-se através do raio e do fogo, e quando existem relâmpagos se diz “segundo como eras, de poderoso assim falas”. Ele tem o mesmo Ocani, ou seja, coração de Elegwuá, e não existe um sem o outro. Yemanjá criou Changó, e o seu nascimento é de Olodumare diretamente, porque ele fez uma bola de fogo e enviou para a terra e Yemanjá o criou. Está é uma das causas que Changó tem muito carinho a Yemanjá, e é um oricha pertencente à casa de Deus e não da casa dos mortos, Ilé Olodumare no Ilé Ocu. E por tudo isto Mafereffun Changó.
Dia da semana: quarta-feira.
Cores dos colares: vermelho e branco.
Saudação: Ocha Changó na tradução “ o meu Rei Changó”.
Comidas e frutas: uvas vermelhas, bananas-verdes, abóboras, coco e rebuçados.