Osaín
A palavra Osaín significa o conhecedor, médico, começo da vida e eternidade. Isto é assim, porque ele é o espírito que vive em tudo que tem vida na terra, e tem ainda a capacidade de ser o médico nesta religião. Dono de todas as plantas, ervas e animais deste mundo, não haverá santo coroado, se não passar pelos banhos de ewes (ervas) de Osaín.
Osaín tem uma só perna, um só braço e um só olho. Esta divindade não é visível para ninguém, só através das suas plantas e animais, ou seja, tudo que tem vida na terra. Ele comunica com os seus filhos da terra, mediante um "guirito" bem confecionado e preparado. Quem recebe este instrumento, consegue falar e comunicar-se com Osaín, pois essa é a virtude deste oricha. A pessoa que prepara Osaín é osainista e tem que ter um grande conhecimento de plantas, ervas e insetos da terra. Também se conhece como um dos caminhos de Changó, pois os filhos de Changó tem um ache dar a Osaín.
Osaín é um oricha dos mais importantes do panteão yorubá, pois qualquer pessoa iniciada em Ocha e quando dá de comer ao seu Ori, tem de fazer sete suyeres (cantos). Quando é colocado os Elekes (colares), para que tudo corra bem, terá de serem lavados com as ervas de Osaín. Os osainistas podem ser homens ou mulheres, mas as mulheres não podem receber este oricha, até terem atingido a menopausa, pois essa fase é quando haverá repouso e tranquilidade na parte hormonal da mulher. Isto não quer dizer que uma mulher não possa ter uma colher de Osaín, no entanto, não pode colocar ashé nos banhos com ervas.
Um dos aspetos importantes deste oricha é que ao fazer Osaín na cabeça de um filho, deve ter sempre Changó a apoiar, e a cada 4 ou 5 meses comem ambos. Deve colocar Osaín fora de casa de preferência ou perto de uma árvore, onde ele mais gosta de estar.
Dia da semana: quinta-feira.
Cores dos colares: verde.
Saudação: Agó Osaín que significa “Licença, meu Pai”.
Comidas e frutas: mel, vinho seco, aguardente, milho-torrado.